Nestes anos atuando como promotora e convivendo com muitos mobilizadores, aprendi o quanto o alvo pessoal é fundamental na formação de uma geração com visão missionária.
Quando estabelecemos apenas alvos gerais, sem conexão com um alvo pessoal, deixamos de envolver as pessoas na responsabilidade individual pelo avanço da obra missionária. Em algumas igrejas, quando o valor geral não é alcançado, tira-se o que falta do caixa da igreja. Isso, porém, acaba gerando comodismo e terceirização da responsabilidade que deveria ser de todo crente.
O alvo pessoal ou alvo de fé é um instrumento de Deus para nos ensinar que o desafio de sustentar a obra missionária é individual:
“Se EU falhar com apenas um real do meu voto, toda a minha igreja pode não alcançar o alvo geral!”
O mais precioso de tudo isso é que os alvos feitos pela fé proporcionam experiências pessoais com Deus! E nada molda mais a visão missionária de uma pessoa do que as experiências pessoais em que ela vê, na própria vida, como Deus ama missões e honra aqueles que priorizam a Sua obra.
A experiência pessoal com Deus vale mais do que mil palavras de um promotor!
Quero relembrar uma experiência que marcou meu ministério:
Durante dois anos em que nossa igreja esteve em construção, estipulamos um alvo de R$ 10.000,00 para missões. Vimos um grande despertamento acontecer. Apesar de sermos uma pequena igreja com menos de cem membros no interior de São Paulo e ainda com as obras em andamento, conseguimos ultrapassar todos os alvos.
Em 2013, ao terminar a construção do templo, ao invés de definir um valor único como alvo, passamos a desafiar cada pessoa a fazer um alvo de fé pessoal com Deus. Ao somar todos esses alvos, nosso alvo geral subiu de R$ 10.000,00 para R$ 13.600,00 e, ao final da campanha, arrecadamos quase R$ 15.000,00.
Naquele período, uma irmã compartilhou comigo que havia feito um alvo de fé de entregar um salário inteiro para missões e conseguiu cumprir fazendo pães caseiros. Pouco depois, outra irmã testemunhou a mesma coisa!
Quando chegou a Campanha de Missões Nacionais com o tema “Vivo para a glória de Deus”, nosso sonho era alcançar R$ 20.000,00. Chegamos a pensar em estipular R$ 16.000,00 como meta, mas optamos novamente por trabalhar com o alvo pessoal. No culto de abertura, contei o testemunho dessas irmãs e entregamos papéis para todos escreverem seu alvo. Enquanto o culto prosseguia, alguns irmãos saíram para fazer a contagem. Quando voltaram, anunciaram que nosso alvo geral, somando todos os alvos pessoais, havia chegado a R$ 30.800,00! Que experiência maravilhosa! E esse valor ainda foi superado para a glória de Deus.
Naquele dia aprendi uma lição inesquecível como promotora:
Quando estipulamos um alvo fechado, corremos o risco de subestimar o poder do Espírito Santo do Deus missionário. Se tivéssemos alcançado R$ 20.000,00, estaríamos muito felizes, mas Deus queria muito mais – e só descobrimos isso porque demos liberdade para Ele trabalhar nos corações, sem limitar Sua ação a um valor pré-estabelecido.
Na nossa última campanha, arrecadamos mais de R$ 127.000,00. Trabalhamos com alvos pessoais e também com alvos de grupos (classes e departamentos), mas sempre seguimos uma regra:
Nos alvos de grupo só é permitido arrecadar com ações – como bazares, cantinas, vendas de produtos etc. – e não com ofertas diretas.
Isso gera uma grande união e movimento no corpo de Cristo, parecendo até um formigueiro trabalhando junto! Porém, os alvos pessoais continuam sendo os mais importantes. Dos R$ 127.000,00 levantados, pouco mais de R$ 33.000,00 vieram de trabalhos em grupo; todo o restante foi fruto do alvo pessoal.
Não devemos subestimar o poder do Espírito Santo limitando nossos alvos à nossa pequena fé e visão.
Se quiser ler nossa história completa com fotos, acesse:
https://missoesnacionais.org.br/blog/nos-podemos-fazer-mais/
O alvo pessoal tem um valor imensurável, pois além de trazer senso de responsabilidade individual, ele trabalha a proPORÇÃO e não a PORÇÃO. O que chamou a atenção de Jesus na oferta da viúva pobre foi que ela entregou tudo o que tinha. Jesus olha mais para a proporção do que damos do que para a quantidade. Ele continua nos observando e vê mais o que guarDAMOS do que o que DAMOS!
Cada igreja tem sua realidade e muitos trabalham com cantinas, feiras e leilões. Mas eu desafio você a sempre priorizar o alvo pessoal. Para formar uma geração e uma liderança com visão missionária, as pessoas precisam ter experiências pessoais com Deus! Dê a cada membro da sua igreja a oportunidade de fazer um alvo de fé. Há inúmeras histórias de irmãos que viveram milagres porque ousaram confiar no Senhor. E nada me emociona mais do que ver as crianças e juniores fazendo alvos ousados e Deus honrando a fé deles!
Não podemos privar nossos irmãos dessas experiências tão preciosas.
Vale a pena trabalhar com o alvo pessoal, pois Deus não quer o nosso dinheiro: Ele quer o nosso coração!
Deus nos deu poder de influência. Usemos isso para formar uma geração que compreenda sua responsabilidade diante de Deus em sustentar a obra missionária.
Que Deus abençoe o seu ministério!
Silvana S. P. Martines
