Com as cheias dos rios no estado do Amazonas, Manaus e ao menos outros 15 municípios amazonenses têm sido gravemente afetados. Em nova atualização sobre o nível do Rio Negro, divulgada no dia 17 de maio de 2021, a medição chegou aos 29,72 metros em Manaus, valor que já representa a terceira maior cheia da história desde o início dos registros, em 1902.
Toda a cidade de Manaus está em situação de emergência, com ruas totalmente alagadas e intransitáveis. O cenário é realmente grave. Muitos moradores só conseguem se locomover de canoas e muitos dependem de pontes de madeira para atravessar a cheia. As bacias hidrográficas dos Rios Negro, Solimões e Amazonas apresentam situações críticas e o volume pode subir ainda mais nas próximas semanas.
Segundo a missionária Germana Matheus, que atua na região, nos tempos de cheia, em alguns locais o barco para na porta da comunidade. Na seca, é preciso andar de um a dois quilômetros para chegar. Por isso, muitas famílias estão ilhadas em diversos municípios amazonenses.
Outra preocupação durante esse período é o aparecimento de animais perto das casas. As ruas viraram rios, dada a quantidade de água e, por isso, animais como cobras e jacarés colocam em risco a vida das famílias. Uma moradora encontrou um filhote de cobra dentro da sua casa, que não teve dificuldades para aparecer, já que a casa está cercada pelas águas do rio.
O município de Caapiranga (AM), onde atuam os missionários David Alberto e Tauana Souza, tem sofrido bastante, mas pela graça de Deus, a PIB em Caapiranga conseguiu receber duas famílias que não tinham condições de ficar em casa. Dona Elisângela foi uma das moradoras acolhidas. Ela perdeu o esposo para a Covid-19 e tem uma netinha de um mês de vida. Em sua casa, são 7 pessoas. As portas da igreja foram abertas e eles estão morando lá até que possam voltar para casa. Junto com essa família, está mais uma, de 5 pessoas.
Além da pandemia, que já tem sido um tempo difícil para os moradores da região, as cheias dos rios são mais uma questão para lidar diariamente. Contudo, pela graça de Deus, a igreja tem sido relevante e tem amparado diversas pessoas, levando alimentos, esperança e palavras de conforto.
A missionária Germana conta que o cenário agora é muito pior e afirma que a igreja não pode ser indiferente a essa situação. “Faça parte do que Deus está fazendo aqui, para que a gente possa, em nome de Jesus, minimizar tudo isso que tem acontecido”, pede a missionária.
As dificuldades são muitas, mas o povo de Deus não se acovardou. Tomando todos os cuidados, por conta da situação de cheias e da pandemia, os missionários continuam incansáveis realizando ações de compaixão e de graça entre um povo que tem sofrido muito.
Ore pelo estado do Amazonas, pelas famílias e por todos os missionários que atuam na região.