Meu nome é Raquel Mangabeira. Sou uma jovem de 20 anos buscando aprender a amar direito. Na medida em que me dispus a entender sobre Aquele que é o próprio Amor, Ele me ensinou a profundidade do amor sacrificial, me arrancando as raízes. Enquanto membro e serva na Primeira Igreja Batista em Buerarema, no interior da Bahia, fui movida a um povo por meio do Radical Brasil, da Junta de Missões Nacionais.
Ele é o Deus que faz, desfaz e refaz. O seu Filho, Jesus Cristo, governa sobre as nossas vidas com Reino sempiterno. Governo esse do qual é impossível escapar mediante o seu chamado. Como eu conseguiria, ainda que tendo cogitado, resistir à voz que deu forma a tudo o que existe? Como seria capaz de fugir dos olhos do Deus que a todos vê? Nos céus, no mais profundo abismo, nas asas da alvorada, nos confins dos mares… e no Sertão. Há um Deus que vê o Sertão Nordestino. A angústia da seca, o gado desfalecendo, o parceiro adúltero, a criança violentada. Ele é o Deus que tudo vê.
Ainda que, em meio ao calor, à baixa umidade e a necessidades regionais típicas, fica claro que o Sertão mais rígido e carente dessa localidade está nos corações. Culturalmente é cultivada uma fé sincrética, politeísta, mista, indecisa, inconsistente. Medrosa. O inverso à nossa fé no Cristo que nos dispõe o Espírito Santo como penhor e segurança de salvação daqui para o Sempre – o perfeito amor lança fora o medo, afinal.
Mentes cauterizadas, entendimentos cegados, ouvidos congestionados. Vidas mortas, necessitando desesperadamente da Ressurreição. Eu penso que a maior dificuldade de estar no campo missionário seja lidar frequentemente com a incredulidade e a dureza dos corações. Essa é uma realidade que nos rasga o peito, mas, certamente, o maior gozo do campo missionário está em ver corações de pedra sendo substituídos por corações de carne, capazes de crer no Salvador, como bem expressou o grande Paulo em I Ts. 1:13, 19-20. Essa é a maior recompensa do discipulado!
Há um lamento no Sertão: quem me valerá? Quem me ajudará? Louvo a Deus pelos muitos sertanejos que têm compreendido que só Jesus nos valerá. A minha oração é que continuemos, como povo Batista Brasileiro, caminhando como peregrinos em direção ao detentor do nosso maior impulso de gratidão: o dono da Missão. O Deus missionário nos buscou, apresentou a Si mesmo e nos transportou do império das trevas para o Reino de seu Filho Amado, a fim de que glorifiquemos a Ele e alcancemos outros com o ardor da Missão; a Missão de Deus, que também é minha e tua, querido irmão. Que responsabilidade a nossa. Que honra a nossa.
Por Raquel Mangabeira
Missionária Radical Integral Sertão – Bom Jesus da Lapa – (BA)