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140 anos da chegada da Família Bagby no Brasil

Willian Buck e Ana Luther Bagby, respectivamente com 26 e 22 anos, chegaram à cidade do Rio de Janeiro no dia 2 de março de 1881 como missionários, para iniciar um trabalho movido pelo amor. Foi o amor de um pelo outro, o amor deles para com Deus e de Deus por eles que alimentou os sonhos e as realizações de cada um neste tempo de pioneirismo batista no Brasil.

A decisão de W. B. Bagby

“A sorte está lançada, a decisão feita. Tanto quanto está em mim para fazê-lo, estou pronto a seguir para o Brasil, logo que a Junta nos queira enviar. Não é um mero impulso, tampouco um capricho que me levou a decidir, porém sincera e cuidadosa consideração, de joelhos. Confio que o nosso Pai me esteja guiando. O Dr. Carrol visitará as igrejas batistas das diversas associações do Texas a fim de apresentar o nosso caso, e o General Hawthorne fará o mesmo no Leste do Estado. Se alcançarem o ideal que alimentam, isto é, se conseguirem os meios para o nosso sustento por alguns meses, e promessas para o futuro, escreverão ao Dr. Tupper, Secretário da Junta de Richmond, solicitando que seja designada uma Comissão de irmãos daqui para nos examinar, o que será econômico, evitando despesas de viagem à Richmond, e para fazer sem demora, nossa nomeação para o Brasil”.

48 dias de viagem – 12/01/1881 a 02/03/1881

“Após viagem de 48 dias de Baltimore, estamos ancorados esta noite nas águas quietas do Rio. É o mais lindo panorama que os meus olhos já contemplaram. Não posso descrever a beleza desta aureola de montanhas, enroupadas de verde e entremeadas de vilas e capelas. Nunca vi a baia de Nápoles nem a (Golden Horn) de Constantinopla, mas esta certamente deve ser rival das paisagens encantadas do mundo. Olhando, porém, esta noite para o lindo panorama de luzes cintilantes à beira do mar, ao lado das montanhas confundindo-se com as estrelas, entristece-se o meu coração por haver aqui milhares de almas sem Deus e sem esperança, sob a sombra triste de um eclipse! Ó Deus, concede que a tua verdade, como está em Cristo Jesus, encha esta terra, de Norte a Sul, do Atlântico aos Andes”.

Quase cinquenta anos depois

“América Latina, eu te amo! Aqui já gastei dois terços de minha vida; aqui nasceram os meus filhos e neto; e os meus filhos espirituais. Aqui espero morrer e ir para o céu, e certo estou que lá encontrarei uma multidão inumerável de toda a parte destas terras do Centro e Sul das Américas, naquele dia! Sim, nesta hora solene e histórica do quinquagésimo ano do trabalho batista entre os povos da América Latina, emoções inefáveis fazem transbordar o meu coração quando olho em retrospecto para os longos anos desde aquele dia quando nós dois, eu e a minha esposa, sozinhos embarcamos num pequeno navio de vela lá em nossa terra natal, para empreendermos uma viagem para um novo mundo debaixo do Cruzeiro do Sul. Nunca tínhamos visto um brasileiro, nem um argentino, nem um chileno. Não conhecíamos nenhuma alma em toda a América do Sul. Ninguém havia de dizermos bem-vindos ao chegarmos a longínqua baia do Rio de Janeiro. Nada sabíamos das línguas latinas. Era esta uma terra desconhecida para nós. Não sabíamos o que nos esperava. Só sabíamos que o nosso Deus havia de dirigir os nossos pés, e escolher a nossa sorte. E que maravilhas temos visto e estamos de dia em dia e de hora em hora. Graças a Deus pelo passado, pelo presente e pelo futuro”!

As duas primeiras igrejas batistas da América do Sul

“Havia duas igrejas batistas quando os Bagbys chegaram – igrejas estas compostas de estrangeiros e para os estrangeiros. A primeira destas, a da Guiana Britânica, (igreja de chineses), foi organizada por um dos maiores heróis de nossa fé, Lough Fook, que veio de Cantão, China, em 1864, e voluntariamente se tornou escravo para ensinar o Evangelho, aos pobres “coolies” chineses de lá. Deus abençoou os esforços e sacrifícios deste nobre batista chinês e em poucos anos aquela pequena igreja de escravos cresceu e se tornou uma organização forte, com duzentos membros. Edificou três capelas e enviou um de seus membros, Tso Sune, como missionário à China. A segunda foi a de Santa Bárbara, na Província de São Paulo, organizada pelos norte-americanos, em 1871”.

A Igreja Batista Vernacular

“Para organizar a Primeira Igreja Batista da Bahia, em Salvador, os dois casais americanos pediram suas cartas de transferência à PIB de Santa Bárbara e o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque saiu com carta de transferência da Igreja Batista da Estação. Assim nasceu a Primeira Igreja Batista da Bahia. Bagby foi escolhido como moderador e Albuquerque como secretário. A Igreja adotou a Confissão de Fé de New Hamsphire, posteriormente adotada pela Convenção Batista Brasileira, com o nome de Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil”. “A Primeira Igreja Batista da Bahia, é propriamente reconhecida como a primeira Igreja batista nacional do Brasil, porque foi organizada com o fim definitivo de pregar o Evangelho ao povo brasileiro e todos os seus cultos eram realizados no vernáculo”.

Colégios fundados pelos Bagbys

Duas notáveis instituições fundadas por D. Ana Bagby e Harley Smith e sua esposa, Alice Bagby Smith, respectivamente em São Paulo e Porto Alegre foram os colégios batistas. O primeiro em janeiro de 1902 e o segundo em fevereiro de 1926. As duas instituições funcionam até os nossos dias. Observem que estamos apenas registrando instituições que foram idealizadas e concretizadas pela família Bagby. É bom mencionar que o Colégio de Porto Alegre, fundado por Harley e Alice, teve quase que em seguida a excelente cooperação de W. C. Harrison e Helen Bagby Harrison que, de 1928 a 1939, dedicaram suas vidas ao colégio. O sonho tríplice de Harrison era Hospital, Colégio e Convenção.

Quase cinco séculos dedicados ao Brasil

William Buck Bagby (58 anos e sete meses); Ana Luther Bagby (62 anos); Tecê Bagby (45 anos); Alice Bagby Smith (48 anos e sete meses); Helena Bagby Harrison (35 anos e 6 meses); Alberto Bagby (35 anos e 4 meses) e Samuel Bagby (4 anos). Cônjuges: Frances Bagby (45 anos); Harley Smith (46 anos); W. C. Harrison (34 anos); Thelma Bagby (35 anos) e Sara Bagby (4 anos). Total geral: 448 anos! Acrescentando ainda a presença da família Bagby na Argentina temos: Ermine Bagby Sowell (36 anos); Sidney Sowell (50 anos) e Ane Sowell Margrett (27 anos), totalizando 113 anos que juntando o Brasil com a Argentina são 581 anos dos Bagby na América do Sul! É possível que depois da data das informações acima outros descendentes tenham vindo cá para a América Latina.

Sepultados no Brasil

É notável saber que tanto William Buck Bagby quanto Ana Luther Bagby morreram e foram sepultados entre nós. Ele em Porto Alegre e ela em Recife. O Dr. Bagby, como era chamado, descansou no Senhor no dia 5 de agosto de 1939. D. Ana Bagby descansou no Senhor no dia 23 de dezembro de 1942. Na Igreja da Capunga, foi realizado o culto in memorian, presidido pelo Pastor José Munguba Sobrinho. Pregou o Pastor John Mein. De sua mensagem confortadora destacamos: “O homem propõe, mas Deus dispõe. No Norte começou o casal Bagby o seu trabalho, no Sul o concluiu, permanecendo ele ali para aguardar a ressurreição. D. Ana ficará entre nós. Norte e Sul ligam assim as mãos na morte de seus pioneiros”.

Texto extraído do Trabalho de Othon Ávila Amaral, publicado em O Jornal Batista – Ano CXII – Edição 44 – Domingo, 28.10.2012.

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