Fomos chamados para ficar em nossas igrejas e formar uma geração com visão missionária. Não somos “fazedores de campanha”! Certamente, as campanhas missionárias são as maiores oportunidades que temos para trabalhar e são extremamente importantes para o avanço do Reino e da visão missionária, mas a nossa missão é influenciar e formar uma geração de discípulos de Jesus que faça parte do projeto mais relevante de toda a história da humanidade: a salvação do homem.
Quando pensamos em formação de líderes, logo me vem à mente: crianças! Muitas são líderes por natureza e nós precisamos influenciá-las, para que sejam líderes apaixonados por missões, que crescerão contaminados com o “bichinho” missionário. O coração delas é muito sincero! Jesus mesmo disse que deveríamos ser como as crianças (Mt 18.3). Precisamos envolve-las com os alvos pessoais, com os termômetros, com os testemunhos dos missionários e com os alvos alcançados com muito trabalho nas atividades da campanha. Uma criança que cresce em uma igreja assim tem a sua visão e a sua vida transformadas! Ver o envolvimento de crianças, juniores, adolescentes e jovens anima o nosso coração e alegra o coração de Deus. É maravilhoso ver uma nova geração amando missões e ter a certeza de que ela continuará esta obra!
Nós temos um papel muito importante em tudo isso, mas não temos como fazer tudo sozinhos! Por isso, o Conselho Missionário e o envolvimento dos líderes são muito importantes.
Pensando nas crianças, me lembrei do quanto elas marcaram meu ministério como promotora de missões. Eu sempre pensava nelas quando elaborava os termômetros e, por isso, eles eram grandes, coloridos e com algo para elas interagirem aos domingos. No Blog do Promotor, falamos muito sobre isso. Jamais me esquecerei de algumas cenas, como nos dias em que elas chegavam no templo e o novo termômetro estava lá. Elas simplesmente paravam e ficavam alguns minutos estáticas. Parece que nem piscavam! Eu ficava imaginado o que se passava na cabecinha delas. Imagino que, para elas, os termômetros eram imensos, pois quando a gente é criança tudo parece que fica maior, não é? Outra imagem de que jamais me esquecerei: o dia do encerramento da campanha. No final do culto, quando era anunciado o resultado de quanto havíamos alcançado, eu sempre observava as crianças. Me emociono só de lembrar! Elas pulavam, choravam, se abraçavam, e, levar o termômetro para a reta final, era festa: “Alvo ultrapassado”!
O que dizer então do alvo pessoal? Tem gente que acha que isso é coisa de adulto, mas que engano! As crianças têm mais fé do que muitos adultos. Quando desafiadas, elas fazem alvos audaciosos e não têm preguiça de trabalhar para alcançá-los. Elas vivem experiências de fé com Deus que marcarão suas vidas para sempre!
Percebem como todas essas ações estão relacionadas à mobilização? São coisas simples, como termômetro e alvo pessoal, mas que marcam uma geração! Nossa influência é algo muito sério, pois, quando amamos de verdade o que mobilizamos, as pessoas ao nosso redor são impactadas e muitas vezes nem percebemos a dimensão disso.
Certa vez, em uma campanha missionária, o pequeno Samuel, de apenas 8 anos, foi desafiado a falar de Jesus para alguém. Um dia, ele estava com seu pai fazendo uma visita no hospital e viu um carro cheio de policiais fortemente armados, levando um presidiário para ser consultado. Samuel disse para o pai que precisavam entregar um folheto para aquele homem. O pai, vendo a forte segurança ao redor do presidiário, pensou que seria muito difícil, mas Samuel não desistiu. O pai se aproximou do carro e perguntou para um policial se seria possível entregar uma mensagem do Evangelho para aquele rapaz. O policial permitiu. Ao pegar o folheto, aquele homem chorou! Vendo isso, os policiais disseram que nem no velório do pai aquele homem havia derramado uma lágrima!
Campanhas missionárias formam uma geração com visão missionária. Nós precisamos sonhar juntos com uma nova geração que cresça fazendo discípulos e sustentando a obra missionária; e precisamos trabalhar para ensinar os mais novos a sonhar, amar, orar, obedecer e cumprir a missão! Se formarmos uma geração assim, daqui a dez ou quinze anos, muitos serão chamados para ir e teremos milhares de radicais nos campos, e muitos serão chamados para ficar e serão discípulos multiplicadores onde estiverem. Todos, os que forem e os que ficarem, serão mantenedores da obra missionária, e, então, em breve Jesus virá nos buscar, pois ganharemos o Brasil e o mundo para Cristo!
Silvana S. P. Martines – Coordenadora Nacional de Mobilização Missionária de Missões Nacionais.